quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Capacidade Produtiva - Post 1

No mercado de trabalho atual, vivemos tempo de concorrência acirrada por postos de trabalho. Principalmente os de gestores de produção, que deveriam ser somente aqueles dotados de respaldo técnico na área industrial, ou seja, possuidor de graduação superior em engenharia de produção. Não tenho por objetivo despertar qualquer polêmica sobre esta questão. Mas devo ressaltar que cada graduação superior tem seu ramo de atividades e o formando na área credencia-se como o profissional com o verdadeiro perfil técnico para ocupar certõs cargos e funções. Comento isso, devido ao fato de que quando se fala em "Capacidade de Produção", outros profissionais afirmam saber calcular. Mas a verdade é que quando se calcula a capacidade de produção de uma unidade fabril existe uma complexidade que somente os engenheiros de produção tem embasamente teórico e técnico para tal, isso sem mencionar a responsabilidade técnica junto ao CREA do estado em que atue. Diante disso, iniciamos aqui uma série de postagens sobre estudos de capacidade produtiva, sendo este um assunto essencial, já que é apartir dela que se faz possível determinar os fatores críticos de sucesso de uma empresa. Conhecer sua capacidade de produção nada mais é que uma vantagem competitiva enorme junto a concorrentes do mesmo cenário econômico. Com a capacidade produtiva dimensionada corretamente, sua fábrica fica possibilitada em :


- Superar as expectativas dos clientes;
- Embasar tomada de decisões;
- Identificar as restrições à capacidade produtiva;
- Desenvolver alternativas para pronto atendimento de demandas de produção;
- Analisar e monitorar resultados.

Assim sendo, este estudo será postado seguindo a seguinte ordem para fácil entendimento do leitor, respeitando os tipos de capacidades produtivas de uma unidade fabril, conforme abaixo :

1. Capacidade Instalada de Produção (CIP);
2. Capacidade Disponível de Produção(CDP);
3. Capacidade Efetiva de Produção(CEP);
4. Capacidade Real de Produção(CRP);
5. Índices de Capacidade de Produção(ICP).

Aguardem...

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

PCP - Planejamento e Controle da Produção, o que é ?

Em linhas gerais, nada mais é do que a ferramenta da engenharia industrial de produção que permite a continuidade dos processos produtivos na indústria. Basicamente, controla a atividade de decidir sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução do que foi previsto no tempo e quantidade certa e com os recursos corretos. Em resumo, o PCP trata dados de diversas áreas, transforma-os em informações, suporta à produção para que o produto seja entregue na data e quantidade solicitada.Podemos dizer que o PCP estará pronto quando forem respondidas as seguintes questões:

1° O que produzir?
2° Quanto produzir?
3° Onde produzir?
4° Como produzir?
5° Quando produzir?
6° Com o que produzir?
7° Com quem produzir?

Configurado o processo de produção, o PCP irá criar uma carta mapa, documento denominado plano mestre de produção (PMP), o qual é a diretriz de produção. Trata-se do conjunto de atividades da administração da produção relacionadas à alocação eficaz e eficiente dos recursos de produção da organização (materiais, máquinas, equipamentos e pessoas) para a produção dos bens e serviços demandados pelos clientes. Historicamente, com o desenvolvimento da administração científica, as funções de planejamento e controle da produção, antes exercidas de forma empírica pelos supervisores de produção, passaram a ser centralizadas em um setor específico da fábrica, usualmente denominado PCP.

Em geral, o setor de PCP dedica-se as atividades mais operacionais como a programação da produção, controle de estoques (matérias-primas, em processo e produtos acabados), emissão e controle de ordens de produção, entre outras atividades do dia-a-dia da produção.
Entretanto, a atividade de planejamento não se limita ao nível operacional. No nível tático-estratégia, a gerência de produção toma decisões de médio e longo prazo que incluem decisões sobre a aquisição de equipamentos e máquinas, contratação de pessoas, administração de materiais e fornecedores, com base em previsões atualizadas de demanda. Este processo de decisão, atualmente denominado Planejamento de Operações e Vendas (POV), envolve, além da Produção, outras áreas da empresa, especialmente as áreas de Vendas e Financeiro.
Do ponto de vista acadêmico, os conceitos e habilidades necessários para o exercício da atividades de PCP são abordados em disciplinas também denominadas Planejamento e Controle da Produção. No currículo de uma disciplina típica de PCP, destacam-se os seguintes tópicos:

1. Previsão da Demanda: os métodos estatísticos e subjetivos de previsão de demanda auxiliam os gerentes de produção no dimensionamento da produção e dos recursos materiais e humanos necessários. Assume um papel ainda mais importante quando a empresa adota uma estratégia de produção para estoque.
 
2. Planejamento da capacidade de produção: a partir da previsão de demanda de médio e longo prazo e da análise da capacidade instalada, determina-se a necessidade de adequação (aumento ou redução) da capacidade de produção para melhor atender a demanda no médio e longo prazo.

3. Planejamento agregado da produção (PAP): visa determinar a estratégia de produção mais adequada para a empresa. No plano agregado, estão as decisões de volumes de produção e estoque mensais, contratação (ou demissão) de pessoas, uso de horas-extras e subcontratação, contratos de fornecimento e serviços logísticos. Usualmente, o horizonte de planejamento é anual com revisão mensal dos planos. Neste nível de planejamento, as informações de demanda e capacidades são agregadas para viabilizar a análise e tomada de decisão.

4.Programação mestra da produção (PMP): trata-se da operacionalização dos planos de produção no curto prazo. No programa mestre são analisados e direcionados os recursos (máquinas, pessoas, matérias-primas) no tempo certo para produzir a quantidade necessária para suprir a demanda de determinado período. Nessa etapa, temos uma definição mais precisa dos itens e quantidades de produção e estoques, com um grau de detalhamento maior que o utilizado no planejamento agregado, incluindo não apenas previsões de demanda, como também pedidos firmes e ordens abertas de produção e compras.

5.Programação detalhada da produção (PDP): é a operacionalização propriamente dita no “chão da fabrica”. Define como a fábrica irá operar no seu dia a dia. 

As atividades que envolvem a programação da produção são: administração de materiais, seqüenciamento das ordens de produção, emissão e liberação de ordens.

a)Administração de materiais: planeja e controla os estoques, defini o tamanho dos lotes, a forma de reposição da matéria-prima e os estoques de segurança.

b)Sequenciamento: é a determinação da sequência de execução das operações de produção nas máquinas, visando minimizar atrasos, ociosidades e estoques em processo.

c)Emissão de ordens: implementa o programa de produção emitindo a documentação necessária para o inicio das operações e liberando-a quando os recursos estiverem disponíveis.

Em sistemas de produção repetitiva (alto volume, baixa variedade), a programação detalhada é orientada por regras mais simples e visuais como os sistemas de produção puxada tipo Kanban. Por outro lado, em empresas de produção intermitente (baixo volume, alta variedade), a atividade de programação detalhada torna-se mais complexa, dificultando a sincronização das operações para redução de custos, atrasos e tempos de fluxo das ordens. Neste ambiente, a atividade de programação pode ser apoiada em software específicos de programação da produção.

6. Controle da produção: é a última etapa do PCP e consiste no acompanhamento dos processos produtivos a fim de verificar o andamento da produção conforme o planejado, ou seja, verificar se o que foi decidido no plano agregado, programa mestre e programação detalhada está sendo realizado. A partir do apontamento da produção (tempos e rendimentos do processo), o PCP acumula dados atualizados dos processos para utilização nas decisões futuras.
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