quinta-feira, 3 de março de 2011

Ergonomia Cognitiva e o Stress Ocupacional

Durante meus estudos e pesquisa para elaboração de meu TCC, aprofundei-me na ergonomia cognitiva e nela pude ter conhecimento sobre um dos males que classifico com agente propagador de riscos ergonomicos de acidentes de trabalho, lhes apresento o Stress Ocupacional, que por sua vez refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que exigem respostas adaptativas por parte do trabalhador e que excedem sua habilidade de enfrentamento (coping).
Tais estímulos são chamados de estressores organizacionais e a caracterização de um fenômeno de estresse depende da percepção do indivíduo em avaliar os eventos como estressores, portanto o cognitivo tem papel importante no processo que ocorre entre os estímulos potencialmente estressores e as respostas do indivíduo a eles, sendo capaz de perceber e avaliar demandas do trabalho como estressoras que excedendo a sua habilidade de enfrentamento causam no sujeito reações negativas a nível psicológico, fisiológico e comportamental. Um trabalhador que relata a existência de excesso de trabalho pode não considerá-lo como prejudicial, mas como positivo e estimulante, devido características situacionais e pessoais que interferem no julgamento do indivíduo.
Segundo os autores Seeger & Van Elderen (1996, p. 212-213), é resultante da percepção entre a discordância das exigências da tarefa e os recursos pessoais para cumprir as referidas exigências. Uma pessoa pode sentir esta discordância como desafio e, em conseqüência, reagir dedicando-se à tarefa; por outro lado, se a discordância for percebida como ameaçadora, então o trabalhador estará exposto a uma situação estressante negativa, que pode conduzi-lo a evitar a tarefa. Os elementos percebidos na situação de trabalho podem agir como estressores e podem conduzir a reações de tensão e estresse, precipitados pela ambigüidade e conflito de funções, incerteza a respeito do futuro no trabalho e outros, em que o sujeito perceba a potencialidade de confronto como insuficiente, então poderão produzir reações de estresse psicológico, físico e de conduta e, desta maneira conduzir eventualmente à doenças e ao absenteísmo.
A Dra.Susan Andrews (2003, p.59-60), pontua que o estresse é a resposta do corpo a qualquer mudança, seja ela boa e considerada excitante, assim como, as situações ruins e trágicas, sendo necessário à vida do ser humano não podendo nem devendo ser eliminado . O sistema nervoso funciona como a corda de um instrumento musical: deve estar suficientemente tensa para produzir um som, mas não tão tensa a ponto de arrebentar; portanto, é primordial um relativo nível de estresse para estímulo do desempenho máximo e utilização plena do potencial.
O eustress, em inglês, ou estresse bom mantém o indivíduo motivado, inspirado e produtivo, enquanto o distress, em inglês, ou estresse prejudicial pode levar o indivíduo a adoecer. Não se deve acabar totalmente com o estresse porque isso exporia o ser humano a inúmeros riscos, mas desenvolver habilidades para responder adequadamente a ele que sendo percebido como um desafio pode despertar o que há de melhor no ser humano.
Em linhas gerais, todo o engenheiro de produção e de segurança do trabalho deverá possuir a habilidade de gerir situações de stress ocupacional, visando o bom andamento das operações de produção e sob a óptica da saúde mental do trabalhador.

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